Governo divulga lista de CPFs que precisam devolver o Auxílio Emergencial


O governo federal intensificou o processo de cobrança dos valores recebidos de forma indevida do Auxílio Emergencial, benefício concedido durante a pandemia de Covid-19. Ao todo, 176.862 beneficiários foram notificados para devolver o dinheiro.
Notificações e critérios de elegibilidade

As notificações estão sendo enviadas por SMS, e-mail e pelo aplicativo Notifica, em uma estratégia coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS). O objetivo é garantir a restituição dos recursos pagos a pessoas que não atendiam aos critérios de elegibilidade do programa.

Critérios descumpridos:

  • Pessoas com renda per capita acima de dois salários mínimos;
  • Trabalhadores formais com carteira assinada à época do benefício;
  • Famílias cuja renda total ultrapassava o limite permitido.

Essas situações foram identificadas por meio de cruzamento de dados entre Receita Federal, Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) e sistemas do Ministério do Trabalho.

Como saber se você foi notificado

Para verificar se está entre os notificados, o cidadão deve acessar o sistema VEJAE no site do MDS. O acesso é feito com CPF e a senha da conta Gov.br. No sistema, é possível consultar detalhes da notificação, valores cobrados e orientações para pagamento ou contestação.

Notificação oficial

O governo reforça que mensagens de SMS e e-mail não incluem links externos, apenas orientam a acessar o portal oficial. Essa medida busca evitar golpes e fraudes.

Como devolver os valores recebidos

Opções de pagamento:

  • À vista, por boleto bancário ou PIX;
  • Parcelado em até 60 vezes, com parcelas mínimas de R$ 50.

O sistema gera os boletos conforme a opção escolhida.

Prazo para defesa

O beneficiário tem 30 dias a partir da notificação para apresentar defesa diretamente no sistema VEJAE, enviando documentos comprobatórios.

O que acontece se não houver devolução

Inscrição na Dívida Ativa da União:

  • Restrições de crédito junto a órgãos de proteção ao consumidor (SPC, Serasa e outros);
  • Bloqueio de bens e valores, em alguns casos;
  • Possibilidade de leilão judicial para quitar a dívida.

Impacto direto para o cidadão

  • Dificuldade na contratação de empréstimos;
  • Impedimento em participar de concursos públicos;
  • Problemas na emissão de certidões negativas de débito.

Recuperação de recursos públicos

O governo ressalta que a medida visa recuperar parte dos recursos públicos destinados ao Auxílio Emergencial, que atendeu mais de 68 milhões de brasileiros e consumiu mais de R$ 350 bilhões, com auditorias apontando pagamentos indevidos a pessoas fora dos critérios.

Orientações para evitar golpes

  • O SMS oficial é enviado apenas do número 28041;
  • E-mails possuem domínios oficiais @mds.gov.br ou @gov.br;
  • Mensagens não solicitam dados pessoais nem bancários.

Em caso de dúvida, acesse diretamente o site do MDS ou a plataforma Gov.br.

Passo a passo para contestar a cobrança

  1. Acesse o site do MDS e entre no sistema VEJAE;
  2. Faça login com CPF e senha Gov.br;
  3. Selecione “Apresentar Defesa”;
  4. Preencha o formulário com justificativa;
  5. Anexe documentos comprobatórios (carteira de trabalho, contracheques, declarações de imposto de renda ou comprovantes de renda familiar);
  6. Finalize e acompanhe o processo pelo sistema.

Especialistas comentam a medida

Transparência e justiça social: O economista Ricardo Vasconcelos afirma que a devolução é necessária para preservar a credibilidade das políticas sociais.

Dificuldades práticas: A advogada Juliana Prado alerta para os desafios na execução do processo.

Consequências políticas e sociais

A medida gera repercussão política. Enquanto críticos apontam rigidez excessiva, apoiadores defendem a recuperação de valores para fortalecer programas como o Bolsa Família. Analistas destacam a necessidade de aperfeiçoar mecanismos de cruzamento de dados para evitar fraudes e erros futuros.

Considerações finais

A intensificação das cobranças do Auxílio Emergencial em 2025 marca um novo capítulo para recuperar recursos aplicados durante a pandemia. A devolução envolve prazos, defesas e parcelamentos, e traz riscos severos para quem não regularizar sua situação. Para os cidadãos, o alerta é claro: acompanhar notificações oficiais, verificar no sistema VEJAE e agir dentro do prazo é essencial para evitar consequências graves, como inscrição na Dívida Ativa da União.